Terminei nova edição sobre o cartografo e engenheiro militar italiano Tosi Colombina ativo no Brasil pombalino entre 1743 e 1756. Elaborou os mapas de 1749 sobre a nova Capitania de Goiás e de 1751 apresentando o Brasil inteiro tendo por epicentro Goiás. Sustentou pelo relevo geográfico e hidrográfico a ideia de interiorizar a capital colonial numa região correspondente a atual Brasília e fez projeto de estrada para carroças de Santos até Cuiabá via Vila Boa de Goiás. Dei entrevista a TV Cultura em dezembro de 2009, no ar em 20 de abril de 2010 e entrevista a Radio Câmara que saiu em 19/02/10 e ao Jornal da Comunidade que saiu em 17-24 de abril. Há boas perspectivas de patrocínio pela iniciativa privada para impressão desta nova edição do livro nos próximos meses. Sobre o tema estou disponível para palestras, aulas e monitoramento de teses universitárias como também para tradução de textos antigos e modernos da época em apreço.
A terceira edição foi impressa em outubro de 2011 pela Gráfica Starprint de Brasilia e foi apresentada com palestras, no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal e na Academia das Artes e Estudos do Planalto em Luziânia (GO). Contem novos comentários meus e de outros estudiosos em defesa do papel de Tosi Colombina pela primazia do seu mapeamento no Brasil central e nova iconografia inclusive os seus desenhos urbanísticos de Goiás Velho (Vila Boa de Goiás).
Em setembro de 2016, recebi pedido de consulta e colaboração da Prof.ra Denise Moura da UNESP, para aprimoramento da analise do mapa de Tosi Colombina de 1756 intitulado “Mappa do Brasil desde S.Paulo até a embocadura do Rio Prata”. Este mapa, cujo original completo, segundo minhas sugestões, deve ser procurado no Arquivo Histórico do Ultramar em Lisboa, indicaria um projeto básico do referido cartografo militar italiano a serviço da corte portuguesa, para exploração geográfica de São Paulo até a Argentina e teria servido a este fim aos governadores daquela Capitania entre 1768-1773. Abre-se portanto novo tema de indagação cientifica e cultural para compreender melhor o papel dele na visão de um Brasil colonial mais uniforme, contribuindo inclusive na demarcação dos territórios do Sul ainda controvertidos entre Espanha e Portugal.
Em 2010 ( veja site 2) e 2014 (veja site 3) o meu trabalho recebeu algumas criticas que, como sempre acontece, são negativas e positivas: a primeira diz respeito ao fato de que Tosi Colombina haveria “copiado” ou rebebido um mapa da Capitania de Goias elaborada em 1750 pelo português Ângelo dos Santos Cardoso, secretario do neo governador Conde dos Arcos, que foi aluno do próprio Colombina em Lisboa; fato este de qualquer forma consueto entre colaboradores da coroa que tinham bom relacionamento entre si e despachavam com e Dom José I; não constava de fato rivalidade entre os dois. Mais honesto seria falar de troca de informações técnicas e experiencias entre cartógrafos, sendo um credenciado (Tosi Colombina) e outro colaborador administrativo; nesta forma, ficaria ao Colombina o esboço da Capitania de 1749 (que pode ter servido de base para o mapa do outro), sendo o primeiro mapa oficial da nova Capitania aquele atribuído ao referido Cardoso. A “descoberta” do primeiro mapa de Goiás seria portanto um fato técnico-administrativo sem prejudicar a estrategia politica de exploração do Planalto Central do Brasil confiada a Tosi Colombina com pleno aval de Pombal e Dom José I. Fica portanto intangível o papel do cartografo italiano oriundo da Republica de Gênova, nas explorações do Centro Oeste e Sul da colonia e a validade cartográfica do mapa dele de 1751 como conjunção entre as bacias fluviais e os caminhos terrestres entre o norte-centro- oeste e sul do Brasil.
Nunca ouvimos falar do referido Ângelo dos Santos Cardoso, nem dos nossos amigos estudiosos goianos, como cartografo de Goiás, enquanto o relatório da Missão Luis Cruls de 1894 reportava claramente o nome de Tosi Colombina como pioneiro das explorações do Centro-Oeste e como descobridor das Águas Emendadas (Encontro dos três sistemas hidrográficos) a km. 50 da atual Brasilia, tido como ponto referencial para aceitar a mudança e interiorização da capital do país desde aquela época colonial..
A segunda, diz respeito a algumas falhas descritivas ou defeitos de fontes e de conexões históricas recusando a posição de excessiva defesa do papel de Colombina dentro de um espirito “etnocêntrico”. Está de fato que todas as minhas pesquisas e produção literária visam o resgate de eminentes personagens italianos na historia do Brasil sob a logo marca “Italianos no Brasil”. Trabalho este muito complicado, longe dos maiores centros culturais do país e do mundo, mas, que foi reconhecido durante as minhas palestras e com patrocínio e prefacio dos meus livros porte de altas autoridades brasileiras, o que muito me honra.Inclusive, duas minhas obras, sobre os engenheiros militares italianos Galluzzi, Sabuceti e o arquiteto Landi e sobre o cientista e professor militar Napione, patrono da industria bélica do Exercito Brasileiro, foram editadas pelo Senado Federal. De fato, a I edição do minha obra teve a aprovação e patrocínio do Governo do Distrito Federal e valeu a condecoração ao Mérito Cultural em 2006. A obra foi bem recebida no IHG-DF onde foi lançada com varias palestras.
Mesmo aceitando as anotações de falhas de fontes (estas são raríssimas e quase todas em Lisboa) é preciso ressaltar que o foco da pesquisa (2003-4) foi o período de Colombina no Brasil e não o dele em Lisboa. Não pode ser desprezado o intuito lucido e honesto de revirar águas estagnadas ha seculos sobre Tosi Colombina: objetivo este bem alcançado com tantos pesquisadores e distintos docentes que leram a I edição (veja os site 1 e 4) e a citaram com propriedade naos seus congressos permitindo o acesso a novas informações e interpretações que apareceram até hoje, sem precisar de minimizar o papel do cartografo genovês, bem convidado e bem pago pela coroa portuguesa tendo trabalhado pelo menos 13 anos no Brasil.
Portanto, o meu ensaio, inclusive a III edição atualizada elaborada em 2011, fica como boa referencia para os estudos em curso sobre o cartografo que, como verificamos agora, foi professor de geografia no final de 1720 em Lisboa e na escola militar do Rio de Janeiro em 1740. O papel dele continua valido especialmente juntos aos estudiosos goianos que o consideram seu patrono e pioneiro do desbravamento do Centro-Oeste conforme consta da referida Missão Cruls institucionalizada pelo Imperador Dom Pedro II ao fim de delimitar o famoso quadrilátero onde seria construída a futura capital do país. Colombina foi implícito e logico apoiador (mas, como reconheço, não ha documentos probatórios, sendo que um bom mapa fala mais dos textos escritos) da ideia pombalina que surgiu logo em 1751 após o Mapa de Colombina, de interiorizar a capital seja esta Salvador e depois Rio de Janeiro.
Agradeço algumas criticas construtivas e o elogios aos pontos positivos do meu trabalho mesmo faltando espirito ético-profissional e visão cultural de maior respiro por parte de limitados jornalistas ou técnicos, enquanto fico orgulhoso do meu esforço para abrir novos caminhos ao conhecimento da historia e da geografia do Brasil.
Sites de referencia:
1) https://pt.wikipedia.org/wiki/Francesco_Tosi_Colombina
2) http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=artigos&id=128
3) http://doc.brazilia.jor.br/Bibliografia/Francesco-Tosi-Colombina-livro-Riccardo-Fontana.shtml
4) https://www.estantevirtual.com.br/b/riccardo-fontana/francesco-tosi-colombina/529142116
Em 20 de abril de 2017 dei entrevista na TV Gênesis Canal 16 sobre a presença de eminentes italianos na historia do Brasil colonia e especialmente sobre o papel de Tosi Colombina quanto ao suporte técnico para sustentar o projeto pombalino se mudar a capital para o interior. Falei sobre a evolução da ideia de interiorização da capital até a fundação de Brasilia em 21 de Abril de 1960 data escolhida também sendo a da fundação de Roma. Tratei finalmente da doação de uma coluna romana com loba capitolina pelo Governo italiano ao Governo brasileiro que hoje se encontra em frente ao palácio Buriti do governador do DF.
A crise do DF em 2010 parou esta edição mas, agora, feitas novas considerações e atualizações, está pronta para sair em 2011 por uma editora de Brasília.
R.Fontana