Riccardo Fontana transformou sua paixão e interesse pela história na coleção Italianos no Brasil. Até o ano de 2010, a coleção possui onze títolos, inclusas algumas reedições ampliadas, reunindo ensaios que resgatam eminentes italianos na história do Brasil. São eles:
“Francesco Tosi Colombina”, séc. XVIII (em duas edições);
“As obras dos engenheiros militares Galluzzi e Sambuceti e do arquiteto Landi no Brasil colonial do séc. XVIII”.
“O Tenente-General Napione”, séc. XIX;
“Conde de Bagnoli. Defensor da Bahia”, séc. XVII;
“A Amazônia de Ermanno Stradelli”, indigenista entre o séc. XIX e XX.
“O Paraíso Terrestre de Américo Vespúcio”, séc. XVI (com três edições em português e a quarta em italiano);
O mais recente trabalho é a reedição sobre Tosi Colombina, que será lançada em abril de 2010, em comemoração aos 50 anos da Fundação de Brasília.
SOBRE AS OBRAS.
Francesco Tosi Colombina. O cartógrafo do Brasil Central (2004, 2005 e a última edição a ser lançada em 2010).
Nas listas secretas de técnicos estrangeiros selecionados pela Corte de Lisboa para exercer funções específicas no Brasil colonial do século XVIII, figurava também o nome do italiano Francesco Tosi Colombina, provavelmente genovês de ascendência milanês.
Em treze anos de missão, ele explora as regiões ainda misteriosas do Centro-Oeste e Sul da grande colônia portuguesa e realiza o primeiro levantamento geo-hidro-cartográfico utilizado pela comissão luso-espanhola para demarcar os novos limites territoriais sul-americanos contemplados no Tratado de Madri (1750). Propõe audacioso projeto de estrada carroçável de Santos à Vila Boa de Goiás e dali até Cuiabá, ligando Mato Grosso e Goiás à costa atlântica.
Superada a hipótese de Belém do Pará para efetiva incorporação da Amazônia, ele identifica, no Planalto Central, onde nascem os maiores sistemas fluviais do Brasil, o local da futura capital, o projeto que se torna realidade em 1960, com a fundação de Brasília.
Na Itália e no Brasil, continua sendo ilustre desconhecido, embora conforme se deduz de fontes portuguesas, tivesse gozado da estima e consideração do governador Gomes Freire de Andrare, no Rio de Janeiro, como também do marquês de Pombal e do próprio rei dom José I.
Foi-lhe também confiada a exploração do rico vale do rio Tibagi, no Paraná, tendo, na oportunidade, feito sugestões sobre como ocupar o território e pacificar os índios.
Um segundo e sumário levantamento geográfico, de São Paulo ao rio da Prata, foi concluído na Ilha da Madeira, após ter deixado as regiões do Sul do Brasil militarmente disputadas por espanhóis e portugueses, enquanto forças ibéricas lutavam contra os guaranis protegidos nas missões jesuítas.
Conde de Bagnoli. Defensor da Bahia (2008).
Giovan Vincenzo Sanfelice nasceu em Nápoles em 1575 e percorreu a sua carreira militar como oficial do exército espanhol tendo-se distinguido em combate nos campos da Europa, antes de embarcar para o Brasil em 1625 na frota hispano-partenopéia.
Teve então significativa participação na reconquista de Salvador contra os holandeses, sendo inclusive firmatário da rendição pelos vencedores, operação que lhe conferiu recompensas e o titulo de Conde de Bagnoli concedido pelo rei Felipe IV.
Voltou de novo a lutar no Brasil em terra e no mar em 1630-1636 e em 1637-1640 completando três dramáticas campanhas militares contra as invasões neerlandesas num período de quase 15 anos.
Se as últimas duas expedições foram extremamente difíceis e objeto de veementes criticas pelos historiadores holandeses, portugueses e luso-brasileiros, não podemos negar-lhe a sua tenaz capacidade de reorganização, resistência e defesa de Salvador em 1638, quando conseguiu parar o avanço de Nassau e obrigá-lo à retirada.
Recebeu por isso generosa recompensa pela Câmara de Salvador e o titulo póstumo de Príncipe de Monteverde pelo rei da Espanha.
O ensaio, portanto, visa a reconstrução da figura dele e do seu papel de defensor da Bahia após análise de várias fontes, propondo uma reinserção na historiografia brasileira. Morreu em Salvador em agosto de 1640 ainda lutando contra o inimigo e foi sepultado no Convento da Igreja da N.S. do Carmo.
A Amazônia de Ermanno Stradelli (2006).
Passados mais de oitenta anos após seu desaparecimento, Stradelli continua vivo na história da Amazônia e do Brasil graças aos seus inúmeros e generosos trabalhos que nos deixou.
Neste mundo de hoje, tão atingido pela globalização comercial, financeira e eletrônica, onde fica sempre mais difícil comunicar entre pessoas, instituições e povos, brilha a estrela deste nobre italiano naturalizados brasileiro.
Ele soube observar com cautela e estudar profundamente aquele mundo que o fascinava e, mestre da comunicação, divulgou, com os meios da sua época, os resultados de suas observações humanísticas e científicas.
Espírito e mente eclética, ele foi doutor em direito, advogado, juiz, poeta, literato, poliglota, estudioso e interprete das línguas e das culturas indígenas, antropólogo, explorador geográfico, cartógrafo, fotografo, arqueólogo e consultor técnico para a definição das divisas do Brasil com os países vizinhos, colaborando com a diplomacia brasileira entre o final do séc. XIX e início do séc. XX.
O legado do conde Ermanno Stradelli, nobre de linhagem, mas sobretudo, de alma, foi a luta pela proteção da Amazônia, na esperança que um dia possam ser restituídos o antigo esplendor da natureza, a voz de seus povos e o doce som da flauta do mito do Yurupari.
O Tenente-General Napione (2006).
Carlo Antonio Napione nasceu em em Turim em 30 de outubro de 1756 e percorreu desde a adolescência a sua brilhante carreira militar como oficial de artilharia do Reino da Sardenha (Piemonte). Realizou exaustiva viagem como engenheiro de minas e metalúrgico na Itália setentrional e em toda a Europa Central e do Norte. Recebeu as máximas comendas como cientista, técnico e artilheiro em sua pátria. Exilou-se por causa da invasão napoleônica e foi convidado a servir em Lisboa em 1800 como responsável da defesa terrestre do Reino. Embarcou com Dom João de Bragança para o Rio de Janeiro, onde foi incumbido de reunir todas as mais altas funções de defesa no Exército luso até morrer em 1814 num contexto lamentável que o autor revela como fato inédito.
O Tenente-General Napione alcançou as máximas patentes militares num Brasil que já rumava para a sua Independência. Os inúmeros serviços aqui prestados no final da época colonial justificaram o decreto presidencial que em 1966 o nomeou Patrono do Quadro do Material Bélico do Exército Brasileiro. Em 2002, seu nome foi dado ao 16º Batalhão Logístico aquartelado em Brasília cujo estandarte leva na borda o tricolor italiano como deferência a ele e a todos os brasileiros de origem italiana.
As obras dos engenheiros militares Galluzzi e Sambuceti e do arquiteto Landi no Brasil colonial do séc. XVIII (2005).
Este ensaio trata da influência cultural e arquitetônica italiana nas fortificações portuguesas a partir do séc. XVI e sobre seus reflexos no Brasil colonial.
Em particular, evidencia o papel dos engenheiros militares Galluzzi, Sambuceti e do arquiteto Landi durante a época pombalina, na segunda metade do séc. XVIII.
Esse trabalho complementa o primeiro lançado em 2004 sobre “Francesco Tosi Colombina, explorador, geógrafo, cartógrafo e engenheiro militar italiano no Brasil do séc. XVIII”, que se referia aos meados do mesmo século.
São apresentadas aqui as obras de Galluzzi: a fortaleza de São José de Macapá, no Estado do Amapá; de Sambuceti: a fortaleza do Príncipe da Beira, no Estado de Rondônia, e a Vila de Nova Magazão, no Estado do Amapá, e, finalmente, de Landi: as igrejas e prédios em Belém, no Estado do Pará.
A obra comemora os então 241 anos do início da construção da fortaleza de São José de Macapá e os 252 da chegada de Landi ao Grão-Pará.
O Paraíso Terrestre de Américo Vespúcio (1994, 1996, 2001 e 2003)
Trata-se de ampla investigação sobre o papel técnico-científico do navegador, cosmógrafo e cartógrafo florentino no descobrimento do Brasil e do continente sul americano por ele interpretado e entendendo como Mundo Novo.
O livro possui ao todo quatro edições, sendo as três primeiras dos anos de 1994, 1996 e 2001, e a quarta uma revisão atualizada na língua italiana, “Il Paradiso Terrestre di Amerigo Vespucci” (2003). O texto original foi escrito em italiano, traduzido para o português nas três primeiras edições e finalmente, a quarta edição, aprimorada e mais completa em italiano.
Após 19 anos fiz nova visita à Fernando de Noronha e encontrei no navio um velho amigo que participou do projeto de busca da nau capitania aí afundada em 1503. Resolvemos reativar o projeto e estou em contato com outros operadores. Tudo prende-se ao conto de Américo Vespúcio que foi testemunha do primeiro naufragio do Brasil. A arqueologia subaquatica vira prova da verdade das cartas do navegador florentino.
Riccardo Fontana
Prezado Senhor Riccardo Fontana,
Tive o prazer de ler seu livro “O Tenente-General Napione” do qual tive o prazer conhecer ainda mais e valorizar esse importante personagem da nossa formação cultural.
Recebi a incumbência de preparar uma “Plaqueta” como missão em meu ingresso na Representação de Sorocaba da Academia de História Militar Terrestre.
Escolhi o nome de Napion, antes mesmo de ter contato com seu livro, mas agora, vendo a qualidade e profundidade das pesquisas contidas em seu livro, passarei a usa-lo como minha principal referência.
Gostaria de pedir sua autorização para cita-lo na minha apresentação como a principal referência.
Atenciosamente,
José Carlos Carneiro.
Prezado Sr. José Carlos Carneiro, peço desculpas pelo enorme atraso: só agora atualizei o meu blog apos mudança do server. Fico contente que tenha apreciado o meu livro sobre Napione, ilustre personagem puco conhecido salvo no meio militar. Pode citar a minha obra na sua apresentação ou para outros eventos culturais.. Mantenha-me informado. Cordialmente. Dr. Riccardo Fontana (riccardo.fontana@hotmail.com).
Ricardo Fontana como posso entrar em contato com vc ? Meu nome é Leonel Ribeiro e quero fazer um Convite sobre o tema: “Amerigo Vespucci” . amerigovespucci560anni@gmail.com
Prezado Leonel Ribeiro, desculpe pelo atraso devido a reformulação do meu blog;fico contente do seu interesse por Amerigo Vespucci sobre o qual realizei 4 edições e varias palestras; aguardo suas noticias (e.mail: riccardo.fontana@hotmail.com). At. Dr.Riccardo Fontana.
Bom dia, Dr. Riccardo Fontana, vim aqui entra em contato, pois um conhecido seu mencionou sua publicação dedicada ao Conde de Bagnuolo, pois o forte que o foi construído entre 1632 a 1633, no Cabo de Santo Agostinho foi localizado recentemente.
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/educacao/noticia/2016/10/31/estudantes-ocupam-o-centro-de-ciencias-biologicas-da-ufpe-contra-a-pec-241-258937.php
Eu preciso mto do livro sobre o Ten Gal Napion (Napione)
Favor me contate pelo e.mail: riccardo.fontana@hotmail.com
Bom dia, Dr. Riccardo Fontana, vim aqui entra em contato, pois um conhecido seu mencionou sua publicação dedicada ao Conde de Bagnuolo, pois o forte que o foi construído entre 1632 a 1633, no Cabo de Santo Agostinho foi localizado recentemente.
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/educacao/noticia/2016/10/31/estudantes-ocupam-o-centro-de-ciencias-biologicas-da-ufpe-contra-a-pec-241-258937.php
Link correto da matéria, peço mil desculpa http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/geral/noticia/2016/04/21/estudantes-de-arqueologia-em-busca-de-um-forte-do-seculo-17-232069.php